Sensações


quarta-feira, 2 de março de 2011

Rosas e água doce.

(...)

Hoje acordei com vontade de sair à rua e beber da água da chuva. Quero andar descalça por campos lamacentos e ouvir o estalar das folhas de Outono. Quero sentir o cheiro a terra molhada e dançar. Quero ser criança. Quero lançar-me entre o vento. Quero sentir borboletas na barriga. Quero… Quero… Quero.

Como conciliar um corpo extinto com a irrevogável necessidade de me sentir liberta?

Morte. Acto de morrer. Cessação da vida. Destruição. Causa de ruína. Termo. Fim. Suicídio? Há quem o entenda como um acto de coragem, há quem o veja como um fracasso. Eu vejo-o apenas como uma opção. Uma escolha entre ser um esqueleto nu envolto em mortalha ou um renascimento imaterializado.

Olho-me pela última vez ao espelho e sorrio como nunca. «É hoje, irmã. O meu cérebro comanda e o meu corpo já palpita. As minhas entranhas debatem-se por um pouco de ar e os meus pulmões entram em erupção».Estou em vertigens!

Pausa.

«Hey! Estou a chegar. Pé ante pé, mergulhada em rosas e água doce».

1 comentário:

  1. Para mim o melhor que há é chegar a casa. Seja o que chegar a casa for... seja num sono imaginário com luzes e céus-arco-íris. Seja no aspirar de uma almofada quente. Seja no calor de mãos dadas e dedos entrelaçados. Seja na alegria de uma mesa de café. Numa roda de amigos. Num chão com os nossos passos solitários. Numa montanha-russa de rosas e água doce. Ao som de música. Aqui, em ti, é como chegar a casa.

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