Sensações
segunda-feira, 23 de novembro de 2009
sexta-feira, 6 de novembro de 2009
Corpo Gelado.
(...)
Adormecida sobre a terra salgada de lágrimas ali fiquei, eternamente, com o ecoar das palavras desejadas ao ouvido e o aroma daquele corpo entranhado na minha pele. Assim, por debaixo do crepitar do sol, cumpri o prometido deixando-me transformar na mesma matéria orgânica que a envolvida nas minhas mãos.
Adormecida sobre a terra salgada de lágrimas ali fiquei, eternamente, com o ecoar das palavras desejadas ao ouvido e o aroma daquele corpo entranhado na minha pele. Assim, por debaixo do crepitar do sol, cumpri o prometido deixando-me transformar na mesma matéria orgânica que a envolvida nas minhas mãos.
quarta-feira, 9 de setembro de 2009
Pêndulo
[A noite descobre-se demasiado quente e incapaz de ser galanteada por duas pequenas silhuetas que anseiam o aconchego de um copo de leite bem gelado. O efémero espaço de eleição encontra-se sereno e apenas dedilhado por uma leve brisa que, irregularmente, se pavoneia.]
- Hey! Faz pouco barulho. Ouves?
Passos…
- Shiu!
[Almofada na cabeça]
- Faz pouco barulho, já te disse!
Pa-pa-pa-passos e-e-e mais passos. Tenho medo! Não ouves?!
[De joelhos sobre o chão, agarram-se e ficam à espreita. Está escuro. Os olhos começam a tentar focar. A garganta está entreaberta. Os passos continuam. O volume aumenta. As pequenas continuam com medo.]
- Quem vem lá? Quem é?!
[Agarram-se com mais força para não se desmancharem.]
- ALI! Está alguém a olhar para nós. Tenho a certeza.
- Hum… Por sinal, alguém deveras estranho. Assustadoramente alto e esguio, apenas sedimentado por porções de tecido. Braços exageradamente distantes do corpo contrariamente aos seus pés.
- O que é?
- Não sei.
- Que fazemos? Saímos daqui? Vamos para dentro do cobertor?! Gritamos?! Fugimos?!
- Apetece esconder-me e respirar bem baixinho para que nem isso se ouça.
Vamos para dentro do cobertor. Devagar. Vá!
- Mas não te esqueças de tapar as orelhas. Do teu lado agarra-o bem que eu faço o mesmo do meu e dás-me a tua outra mão. Assim, se alguém nos quiser destapar, já sabemos, gritamos logo.
[Desta forma engendraram o seu plano. Deitaram-se e adormeceram bem aninhadas uma na outra. De manhã acordaram. O cheiro do sol abraçou-as e elas sorriram. E o brilho do sol vestiu-as de alegria e elas sorriram. A noite passada havia sido um pesadelo, quase, mas tinha passado. Estava tudo bem. Ambas contemplaram o belo dia que lhes presentearam. Um beijinho no nariz pela manhã e está tudo certo. Tudo bate certo]
- Hey! Faz pouco barulho. Ouves?
Passos…
- Shiu!
[Almofada na cabeça]
- Faz pouco barulho, já te disse!
Pa-pa-pa-passos e-e-e mais passos. Tenho medo! Não ouves?!
[De joelhos sobre o chão, agarram-se e ficam à espreita. Está escuro. Os olhos começam a tentar focar. A garganta está entreaberta. Os passos continuam. O volume aumenta. As pequenas continuam com medo.]
- Quem vem lá? Quem é?!
[Agarram-se com mais força para não se desmancharem.]
- ALI! Está alguém a olhar para nós. Tenho a certeza.
- Hum… Por sinal, alguém deveras estranho. Assustadoramente alto e esguio, apenas sedimentado por porções de tecido. Braços exageradamente distantes do corpo contrariamente aos seus pés.
- O que é?
- Não sei.
- Que fazemos? Saímos daqui? Vamos para dentro do cobertor?! Gritamos?! Fugimos?!
- Apetece esconder-me e respirar bem baixinho para que nem isso se ouça.
Vamos para dentro do cobertor. Devagar. Vá!
- Mas não te esqueças de tapar as orelhas. Do teu lado agarra-o bem que eu faço o mesmo do meu e dás-me a tua outra mão. Assim, se alguém nos quiser destapar, já sabemos, gritamos logo.
[Desta forma engendraram o seu plano. Deitaram-se e adormeceram bem aninhadas uma na outra. De manhã acordaram. O cheiro do sol abraçou-as e elas sorriram. E o brilho do sol vestiu-as de alegria e elas sorriram. A noite passada havia sido um pesadelo, quase, mas tinha passado. Estava tudo bem. Ambas contemplaram o belo dia que lhes presentearam. Um beijinho no nariz pela manhã e está tudo certo. Tudo bate certo]
Vaga-Lume
Faz hoje "uma semana" que recebi uma luzinha de presença. Uma luzinha diferente. Diferente daquelas que estamos a habituados a ver sobre as prateleiras das grandes superfícies comerciais e que são capazes de formar uma estrada de corredores apenas com feixes de luz. Todavia, com a mesma função: luzinha de presença que existe no quarto das crianças para que no mundo delas nada lhes faça mal.
Sinto que estou segura.
Sinto que estou segura.
domingo, 23 de agosto de 2009
[Quadro Borratado]
Não há um dia em que não pense em ti ou não te sorria ou dê a mão ou não me faças falta. Tens a liberdade de sair daquele quadro e vaguear pelo meu quarto durante toda a noite, podendo pousar sobre o meu nariz, mãos, dedinhos dos pés ou até mesmo te aninhares no meu umbigo.
Hoje roubo-te.
Hoje roubo-te.
Vamos pintar outra vez?
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